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Clamídia na gravidez: riscos e tratamento seguro

Mariana Oliveira
1 de julho de 2025
4 Min
DSTs
Clamídia na gravidez: riscos e tratamento seguro

Clamídia na gravidez: riscos e tratamento seguro

A clamídia é uma das infecções sexualmente transmissíveis (DSTs) mais comuns em todo o mundo e, durante a gravidez, pode ter implicações tanto para a mãe quanto para o bebê. Muitas vezes é assintomática, o que torna a detecção precoce ainda mais importante. Neste artigo, discutimos os riscos de ter clamídia durante a gravidez, como ela é diagnosticada e quais opções de tratamento existem que são seguras para a gravidez, tudo com base em evidências científicas.

Consulta médica durante a gravidez com explicação dos resultados

A detecção precoce da clamídia permite que ela seja tratada sem riscos para o bebê.

O que é clamídia e como ela é transmitida?

A clamídia é uma infecção causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, que é transmitida principalmente por contato sexual vaginal, anal ou oral desprotegido. Pode afetar o colo do útero, uretra, reto e até mesmo os olhos. Muitas pessoas infectadas não apresentam sintomas, facilitando a disseminação.

De acordo com o Centers for Disease Control and Prevention (CDC), mulheres grávidas com clamídia podem transmiti-la a seus bebês durante o parto vaginal, o que pode causar conjuntivite neonatal ou pneumonia infantil.

Riscos da clamídia durante a gravidez

Quando não tratada, a clamídia pode ter sérias consequências para a gravidez e o recém-nascido. Entre os principais riscos documentados pelo World Health Organization (OMS) e outras instituições estão:

  • Maior chance de parto prematuro
  • Ruptura prematura de membranas
  • Baixo peso ao nascer
  • Infecções uterinas pós-parto
  • Infecção ocular neonatal (conjuntivite) ou infecção pulmonar (pneumonia)

Além disso, a clamídia pode aumentar o risco de transmissão do HIV se a mãe também for portadora. Mais de 50% das mulheres com clamídia não apresentam sintomas, portanto, a triagem de rotina na gravidez é crucial.

Diagnóstico durante a gravidez

O diagnóstico é feito por exames laboratoriais que detectam o DNA da bactéria em amostras cervicais ou de urina. Atualmente, o exame recomendado é a técnica de amplificação de ácidos nucleicos (NAAT), devido à sua alta sensibilidade e especificidade.

Em muitos países, um teste para DSTs, incluindo clamídia, é recomendado no início da gravidez, especialmente em mulheres com menos de 25 anos de idade ou com fatores de risco. Algumas diretrizes aconselham repetir o teste no terceiro trimestre se o risco persistir.

Tratamento seguro para mulheres grávidas

Felizmente, a clamídia pode ser tratada de forma eficaz durante a gravidez com antibióticos seguros para o feto. As opções recomendadas incluem:

  • A azitromicina, em dose única, é o tratamento de primeira linha.
  • Amoxicilina, em caso de alergia ou de acordo com critérios clínicos.

Ambos os antibióticos são seguros durante a gravidez, de acordo com o CDC e o WHO. É essencial que o parceiro sexual também seja tratado para evitar reinfecções.

Importante

Após o tratamento, um teste de cura deve ser realizado em 3-4 semanas e um teste de reinfecção após 3 meses.

Prevenção e recomendações

A melhor maneira de prevenir a clamídia durante a gravidez é usando preservativos corretamente, verificando se há DSTs antes de conceber e fazendo sexo seguro. Se você estiver grávida, é recomendável:

  • Solicite um teste de DST no primeiro exame pré-natal.
  • Siga rigorosamente o tratamento se a infecção for diagnosticada.
  • Informe seu parceiro para que ele também possa receber tratamento.
  • Vá para check-ups médicos agendados.

Conversar com sua parteira ou ginecologista sobre quaisquer sintomas ou preocupações é fundamental para proteger sua saúde e a de seu bebê.

"Toda mulher grávida deve ser rotineiramente examinada para infecções sexualmente transmissíveis, mesmo que não apresente sintomas."


Informações de orientação

Este artigo é apenas para fins informativos e não substitui o aconselhamento médico profissional. Se você tiver alguma dúvida ou sintoma, consulte sua parteira, ginecologista ou outro profissional de saúde qualificado.