Ser pai hoje: seu papel começa na gravidez
Ser pai no século 21 não significa mais simplesmente "ajudar" ou estar "lá quando chegar a hora". Hoje, o papel paterno começa a partir do primeiro teste positivo. A gravidez não é apenas uma questão de dois em um nível biológico, mas também emocional, relacional e praticamente. Acompanhar ativamente desde o início pode fazer uma diferença profunda no bem-estar do casal, do futuro bebê... e de si mesmo como pai.
A gravidez também é sua: uma etapa fundamental para criar laços
Muitos homens sentem que a gravidez é uma fase em que são "espectadores". Mas os estudos nos dizem o contrário. De acordo com o Organização Mundial da Saúde (OMS), a participação ativa do pai durante a gravidez está associada a melhores resultados emocionais, tanto para a mãe quanto para o bebê.
A conexão emocional entre pai e bebê pode começar muito antes do nascimento: conversar com o útero, assistir a ultrassonografias, acompanhar as aulas de parto e entender as mudanças físicas e emocionais que a mãe experimenta cria um ambiente de apoio seguro. Esse vínculo precoce favorece uma melhor transição para a paternidade e promove maior envolvimento após o nascimento.

O envolvimento dos pais desde o início gera benefícios a longo prazo.
Apoio sem invadir: presença ativa e respeitosa
Não se trata de "substituir" a mãe ou "bancar a mãe", mas de encontrar seu jeito genuíno de ser. Estar atento, ouvir, perguntar como seu parceiro está se sentindo, aprender juntos, compartilhar incertezas, preparar decisões importantes como o tipo de parto ou amamentação... Tudo isso é paternal desde a gravidez.
O apoio emocional é especialmente importante: de acordo com a Associação Espanhola de Pediatria (AEP), as mulheres com um ambiente de apoio estável são menos propensas a desenvolver ansiedade e depressão pré-natal ou pós-parto. E você é uma parte fundamental desse ambiente.
"Os homens que estão envolvidos desde a gravidez desenvolvem um vínculo mais forte com seus filhos e relatam maior satisfação em sua experiência como pais."
O que você pode fazer durante a gravidez?
Você não precisa ser um especialista ou ter todas as respostas. Trata-se de estar disponível, com atenção e curiosidade. Aqui estão algumas ações concretas que têm um grande impacto:
- Acompanhar consultas e exames médicos.
- Auxiliar na tomada de decisão informada (tipo de parto, local, plano de parto).
- Esteja ciente das mudanças físicas e emocionais da gravidez.
- Criar espaços para falar sobre o futuro, medos, ilusões.
- Participe da montagem do espaço do bebê.
- Leiam juntos sobre paternidade, cuidados com o recém-nascido, amamentação, sono infantil, etc.
- Prepare-se emocionalmente para o parto e pós-parto: a transformação também é sua.
Seu vínculo com o bebê começa antes do nascimento
Falar com ele, cantar para ele, acariciar sua barriga... São gestos simples, mas significativos. A partir da 23ª à 25ª semana de gestação, o bebê pode ouvir sons externos, incluindo sua voz. O Instituto Nacional de Saúde Infantil e Desenvolvimento Humano dos EUA (NICHD) destaca que os fetos respondem a estímulos auditivos e que a repetição de uma voz familiar pode ter efeitos calmantes no nascimento.
Além disso, esses gestos também ajudam você a se conscientizar de seu papel, visualizar seu filho ou filha e construir sua própria identidade parental desde o início.

A conexão emocional do pai com o bebê começa muito antes do nascimento.
Você também precisa de cuidados: paternidade consciente a partir do autocuidado
Tornar-se pai desperta muitas emoções: excitação, medo, dúvidas, pressão... E também é válido falar sobre eles. Muitas vezes, os pais se sentem invisíveis durante a gravidez, como se não tivessem "permissão" para sentir ou precisar de apoio.
Procurar espaços para compartilhar, conversar com outros homens, fazer terapia se precisar, ou até mesmo escrever sobre o seu processo pode ajudá-lo a integrar essa nova etapa com maior conscientização e bem-estar.
Este artigo é apenas para orientação