Sexo na gravidez: mitos e realidades sem tabus
A gravidez é uma fase de profundas mudanças físicas, emocionais e sociais, e um dos temas que costuma gerar mais dúvidas – e silêncios – é o sexo. É seguro? Pode prejudicar o bebê? Isso afeta o parto? Neste artigo, desmascaramos mitos, falamos abertamente e contamos o que a ciência diz sobre sexo durante a gravidez.
É seguro fazer sexo durante a gravidez?
Em uma gravidez normal e sem complicações, fazer sexo é completamente seguro. Não há evidências de que a relação sexual ou o orgasmo prejudiquem o feto ou causem parto prematuro em gestações de baixo risco.
De acordo com o American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG), o sexo não representa perigo em gestações sem complicações e pode continuar ao longo dos trimestres, desde que não haja contra-indicações médicas.
Mitos comuns sobre sexo na gravidez
Existem muitos mitos que geram culpa ou medo. Vamos desmascarar os mais comuns:
Fazer sexo não pode causar um aborto espontâneo. A maioria dos abortos ocorre por causa de anormalidades genéticas e não por causa da atividade sexual.
"O pênis pode atingir o bebê."
"O sexo pode induzir o parto."
"Você não deveria fazer sexo no terceiro trimestre."

A intimidade pode ser fortalecida durante a gravidez, sempre com consentimento e conforto.
Quando o sexo deve ser evitado na gravidez?
Embora na maioria dos casos seja seguro, existem algumas situações médicas em que é recomendado evitar o sexo vaginal:
- Ameaça de parto prematuro.
- Placenta prévia (a placenta cobre o colo do útero).
- Ruptura prematura de membranas.
- Sangramento vaginal sem causa clara.
- Infecções genitais ativas.
- Incompetência cervical ou colo do útero curto.
Nesses casos, é fundamental seguir as instruções do profissional de saúde. Cada gravidez é única.
Alterações na libido durante a gravidez
A libido na gravidez pode aumentar, diminuir ou flutuar, e tudo está normal. Alguns fatores que influenciam:
- Alterações hormonais (estrogênio, progesterona).
- Desconforto físico, como náusea, fadiga ou dor lombar.
- Imagem corporal e autoestima.
- Conexão emocional com o parceiro.
Falar abertamente, experimentar novas formas de intimidade (como massagem, carícias, masturbação mútua) e adaptar posturas pode ser muito positivo.
O sexo é uma parte importante do bem-estar emocional durante a gravidez, desde que seja consensual e confortável para ambas as pessoas.
Sexo, casal e comunicação
A gravidez pode ser um momento de profunda conexão emocional, mas também de inseguranças. Falar sobre desejos, medos e necessidades fortalece o vínculo. Nem todas as relações sexuais precisam envolver penetração: afeto, brincadeira e erotismo também contam.
O desejo do casal não grávido também muda. Empatia, respeito e comunicação aberta são fundamentais.
E depois do parto?
Após o parto, geralmente é recomendado esperar entre 4 e 6 semanas para retomar a relação sexual vaginal, dependendo do tipo de parto, presença de lágrimas, episiotomia e sangramento. No entanto, toda mulher e todo corpo tem seu ritmo.
Secura vaginal, dor, cansaço e alterações emocionais são comuns. O uso de lubrificantes, o assoalho pélvico e a validação emocional são importantes aliados. Se houver dificuldades persistentes, pode ser útil consultar uma parteira ou sexóloga especialista.
Consulte sempre o seu profissional de saúde